Bairro Cotia Guapimirim: História da Fazenda Santa Constança
O bairro Cotia, em Guapimirim, esconde entre suas ruas e casas a rica história da antiga Fazenda Santa Constança. Para desvendar essa história, é preciso viajar no tempo até o século XIX, quando a região era dominada por extensas plantações de café e engenhos de cana-de-açúcar.
A Fazenda Santa Constança com um império agrícola
Em 1850, a fazenda foi fundada por José Joaquim de Campos, um português visionário que buscava prosperar na pujante economia cafeeira do Brasil.
Um pouco da sua história: José Joaquim Carneiro de Campos – Wikipédia
A propriedade se expandiu rapidamente com muitos trabalhadores da fazenda, ocupando cerca de 2.500 hectares e ostentando uma produção invejável: café, cana-de-açúcar, além de criação de gado e produção de leite.
Em janeiro de 1939, teve início na região o plantio da acácia negra, árvore da qual se extrai o tanino, utilizado na industrialização do couro. A propriedade, outrora grandiosa, contava com extensas estradas próprias, cultivos diversos, uma vila para os funcionários, moinhos, criação de animais e até mesmo um clube social.
Considerada um modelo para a época, a Santa Constança viu sua população crescer de 200 moradores, em 1939, para 1.350 em 1943, impulsionando a economia local e fortalecendo o comércio. Entretanto, o declínio da fazenda foi inevitável, e nos anos 80 cedeu lugar à Cooperativa Agrícola de Cotia. Nos anos 90, a cooperativa enfrentou problemas financeiros e, eventualmente, faliu.
Fazenda Santa Constança em Guapimirim
Para sustentar seu império agrícola, a Fazenda Santa Constança ergueu uma vila operária completa, com casas para os trabalhadores, escola, igreja, armazém e até mesmo um hospital. Essa comunidade vibrante era o coração da fazenda, pulsando com a vida de seus habitantes e garantindo o funcionamento das atividades.
Ao longo do século XX, a fazenda passou por diversas mudanças de propriedade, acompanhando as transformações socioeconômicas do país. A produção de café declinou, dando lugar à criação de gado leiteiro e à diversificação da agricultura.
Na década de 1970, a propriedade foi desapropriada pelo governo federal e loteada, dando origem ao bairro Cotia. As antigas terras da fazenda foram divididas em chácaras e sítios, transformando o perfil rural da região em um mosaico de áreas residenciais e agrícolas.
Bairro da Cotia preservando a memória da fazenda
Embora a grandiosidade da Fazenda Santa Constança tenha desaparecido, sua história não se perdeu no tempo. Através de fotos, documentos e relatos dos antigos moradores, podemos reconstruir a vida na fazenda e compreender sua importância para o desenvolvimento de Guapimirim.
O bairro da Cotia carrega em suas ruas e casas o legado da antiga fazenda. Os nomes de algumas vilas são um lembrete constante do passado. A história da Fazenda Santa Constança é um patrimônio cultural que deve ser preservado e valorizado pela comunidade, servindo como um elo entre o presente e as raízes do bairro.
Pontos de Memória:
Igreja Nossa Senhora da Conceição: Construída em 1870, ainda está de pé e é um importante símbolo da fé e da comunidade.
Casarão: A antiga sede da fazenda, hoje em ruínas, ainda guarda vestígios de sua época de glória.
Ruínas da senzala: Um lembrete pungente da escravidão, que foi parte da história da fazenda.
Museu Histórico de Guapimirim: Museu von Martius exibe objetos e documentos que narram a história da Fazenda Santa Constança e do município.
Referências livros:
“Guapimirim: História e Memórias” de Carlos Alberto de Oliveira
“A Fazenda Santa Constança: Um Símbolo da História de Guapimirim” de Maria José de Oliveira
É importante lembrar que a história é um campo em constante pesquisa e novas descobertas podem surgir a qualquer momento. Caso encontre alguma informação que diverge do que foi apresentado neste texto, por favor, me informe para que eu possa verificar e, se necessário, atualizar as informações.